o pseudo-centenário da républica (das bananas)

 que eu saiba a implantação da républica foi a 5 de Outubro de 1910, ou seja, só completará 100 anos no próximo mês de Outubro. e estamos em Janeiro.
se querem comemorar a outra data, o 31 de Janeiro de 1891 (tentativa falhada de implantar o regime republicano) pois então façam-no! comemorem.  mas, nesse caso, não digam “centenário”.  é que passaram-se 119 anos e não 100.

não sei se mais alguém reparou no mesmo que eu, mas isto é mais uma completa parvoice e aberração do estado português, que nem as suas datas sabe celebrar convenientemente.  até as datas têm que trocar e misturar.

processo de genocidio adiantado no Algarve

Mães estrangeiras deram à luz um quarto dos bebés

Um quarto das crianças que nasceram nos hospitais algarvios no ano passado são filhas de mães estrangeiras. De acordo com o comunicado, emitido ontem, da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, nasceram 4713 bebés durante o ano de 2009, sendo que 1090 são filhos de imigrantes.

A nacionalidade mais representativa das mães estrangeiras, segundo a ARS, é a brasileira, com 345 bebés, seguida da ucraniana, com 144, e da romena, com 137. O número de filhos de mães estrangeiras diminuiu ligeiramente em relação a 2008, ano em que nasceram 1139 crianças.

Apesar da diminuição, a ARS destaca a importância dos imigrantes nos valores de natalidade do Algarve. “Os valores colocam o Algarve como uma das regiões portuguesas com maior natalidade, confirmando a crescente importância da população migrante no desenvolvimento socioeconómico da região”, refere a ARS.

O número de bebés, filhos de mães estrangeiras, que nasceram em 2009 no Algarve é cinco vezes superior ao de 2000, ano em que nasceram 216 crianças.

As outras nacionalidades predominantes em termos de nascimentos no Algarve são moldava, inglesa, guineense, cabo-verdiana, chinesa, russa e alemã.

O número de bebés, filhos de mães estrangeiras, não é relevante apenas na região do Algarve. Entre 2007 e 2008, os imigrantes contribuíram para o aumento da taxa de natalidade, que se verificou em Portugal nesse período.

As comunidades imigrantes podem assim ajudar a travar o envelhecimento da população, fenómeno que, segundo lembrou o Presidente da República, no passado mês de Dezembro, afecta o desenvolvimento económico. “Um país sem crianças é um país sem futuro”, avisou Cavaco Silva.

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resumindo, o processo de substituição populacional vai já bastante adiantado no Algarve (mas não só) e mesmo assim até diminuiu um pouco em relação a 2008.
de qualquer maneira, há cerca de 10 anos (2000) o nascimento de filhos de imigrantes era 5 vezes menor. só não vê quem não quer.
para piorar a coisa, a nacionalidade mais representativa é a brasileira, que como se sabe, geralmente trás mistura racial, negros, mestiços, pardos, mamelucos, cafuzos, enfim de tudo um pouco. 
guineenses, cabo-verdianos e chineses aumentam mais a mistura racial, sendo que os imigrantes de Leste ou os russos, alemães e ingleses, também são maus, mas menos gravosos para a identidade nativa.

perante este cenário, o que têm a dizer o actual presidente da républica e o anterior?? 
simples, a sua única preocupação é que haja muitos nascimentos, para renovar as gerações, porque importa é haver muita população, não interessando as origens dessa mesma população.
os portugueses têm baixa natalidade?  simples…a resolução do problema é abarrotar o território com imigrantes, para no futuro isto deixar de ser Portugal e passar a ser “miscelânea”.

Berlusconi equipara imigrantes a criminosos

Berlusconi equipara imigrantes a criminosos

O presidente do Conselho italiano de ministros, Silvio Berlusconi, declarou hoje em Reggio Calabria, no Sul do país, que uma “redução dos imigrantes de fora da União Europeia (UE) significa menos forças a engrossar as fileiras dos criminosos”.

O chefe do executivo disse que o seu Governo exercerá uma pressão “muito forte” sobre a UE para que esta suporte as despesas da vigilância que está a ser exercida pelos países costeiros, de modo a combater os fluxos de imigração clandestina.

Reunido na Câmara Municipal de Reggio Calabria, numa região onde recentemente houve confrontos com imigrantes africanos, o Conselho de Ministros aprovou um plano extraordinário contra as máfias, tendo Berlusconi afirmado que Os Sopranos e outros programas televisivos sobre essas organizações de criminosos prejudicam a reputação da Itália.

O plano aprovado inclui uma nova agência encarregada de gerir os bens que forem confiscados aos grupos mafiosos, cujos lucros aumentaram 12 por cento entre 2008 e 2009, tendo chegado neste último ano a 78.000 milhões de euros.

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a imigração é uma «necessidade»

Para uma Europa com futuro, a imigração “é uma necessidade” e não um fardo

José Luis Zapatero, presidente do Governo de Espanha, que este semestre preside à UE, puxara o tema. Para lutar contra a pobreza e a exclusão social “é obrigatório os países democráticos e avançados garantirem saúde e educação a todas as pessoas que vivem dentro das suas fronteiras, independentemente da sua condição legal”, dissera, minutos antes de González discursar.

Por quase toda a Europa se ouve protestar contra o fluxo migratório. O momento é crítico. Com a crise, oito milhões de empregos desapareceram do espaço comunitário. Zapatero está convencido de que as consequências seriam bem mais severas se não fosse o esforço extra da União e dos Estados-membros. A UE baseia-se num “modelo reconhecido”, com “instituições fortes”, com “instrumentos preciosos” que amorteceram a queda.

Foi sobre a sustentabilidade desse modelo social que González reflectiu ontem. O continente envelhece a olhos vistos. Daqui a 20 anos teremos menos 30 milhões de activos. “O problema não é a população que temos. O problema é: com a população que temos, como criar uma economia sustentável?” No seu entender, com um “mix de políticas demográficas.”

O antigo líder socialista julga que a UE tem de contar com os imigrantes, mas também com as mulheres no mercado de trabalho e no combate ao “declive demográfico”. “As empresas não contratam jovens mulheres por acharem que vão engravidar. Contratem-nas, sobretudo, se engravidarem.”

Um novo ciclo de políticas económicas e sociais abrir-se-á em 2010. O Ano Europeu contra a Pobreza é também o ano da Estratégia 2020, que substituirá a Estratégia de Lisboa, que vigora há dez anos e que ficou aquém do objectivo traçado – erradicar a pobreza. O documento já esteve em discussão pública e deverá ser votado na Cimeira da Primavera.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, explicou as linhas mestras nessa nova era. A Estratégia 2020 “perseguirá um objectivo claro: promover uma economia de mercado social mais verde, mais competitiva e mais inclusiva. Uma das principais metas será a criação de emprego. Temos de evitar por todos os meios uma recuperação sem emprego.”

Ainda na véspera, num jantar informal com jornalistas, o comissário Europeu do Emprego, dos Assuntos Sociais e da Igualdade de Oportunidades, Vladimir Spidla, confessara: “Se me perguntarem se a crise já terminou, terei de responder que não – claramente. Do ponto de vista económico, já há sinais de recuperação. Do ponto de vista social, não.”

“Os nossos esforços concentrar-se-ão no desemprego juvenil e no desemprego de larga duração – temos de evitar que um fenómeno de carácter cíclico se converta em estrutural”, adiantou Barroso. “Contudo, a “Europa 2020″ não poderá circunscrever-se às medidas mais tradicionais. Se o emprego é de um modo geral a melhor salvaguarda contra a pobreza e a exclusão social, para oito por cento dos europeus trabalhar não é suficiente para sair da pobreza. É inadmissível. O trabalho tem de ser uma via para sair da pobreza. Chegou a altura de encontrar um novo consenso político sobre isto”.

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pois é, o velho discurso gasto e estafado de sempre. a imigração é “obrigatória” (onde é que já ouvi isto?), a imigração “resolve” o problema da natalidade e envelhecimento, em tempos de crise temos é que olhar para os coitados dos imigrantes que só vêm “trabalhar honestamente” e os nativos que se lixem!

os anos passam, mas o discurso politicamente correcto não conhece limites, nem mesmo sequer em tempos de crise.  nem com a Europa a abarrotar de imigrantes e com largos milhões de desempregados.
a cassete é sempre igual, as frases e os chavões sempre os mesmos.

era uma vez Portugal

“Foi também o século XX que viu desenvolver-se a História de longa duração, transformando-a em História de tudo quanto viveu e aconteceu no território hoje habitado pelos portugueses. Assim, temos “Histórias” que começam com o paleolítico e o Neandertal, alargando a 20, 30 ou 50 mil anos esta História de 850! São perspectivas legítimas, curiosas e, por vezes, inteligentes. Mas deixam quase sempre esta indelével e desagradável sensação de estarmos diante de uma contínua e persistente jornada portuguesa e lusitana.

Só gradual e recentemente se foi afirmando que Portugal partia da diversidade, não da unidade. Os primeiros ensinamentos de Herculano tinham dado fruto. Nos anos 40, Orlando Ribeiro e, nos anos 80, José Mattoso, além de outros, confirmaram e consolidaram a ideia da diversidade e da metamorfose de um povo, afastando a concepção da unidade original. A unidade e a homogeneidade, aliás excepcionais, foram construídas, são ponto de desenvolvimento e de chegada, não de partida.

Curiosamente, para os nossos três autores, a narrativa começa com a chegada dos exércitos muçulmanos à Península. É um sinal dado nas primeiras páginas: Portugal nasceu contra! Parece que sugerem: serão os séculos de conquista que formarão estados e povos. E formarão Portugal. Sabe-se hoje, sempre se deveria ter sabido, não fora a ideologia, que há mais diferenças entre as regiões portuguesas do Norte, do Centro e do Sul, do que entre estas e os seus prolongamentos galegos, castelhanos e estremenhos. População diversa, povo plural, território heterogéneo, mas poder central e unitário, concentrado, com reduzida negociação, desde o Condado Portucalense. Neste paradoxo, a singularidade portuguesa. Mas que não se trata de uma singularidade excepcional e única: todos os países são singulares, caso contrário não seriam países. E é com alegria que vejo o título do último capítulo desta História: “Uma democracia europeia”. Nas minhas palavras, um país como os outros! Parece banal e resignado. Mas é uma vitória da razão.

Estamos longe das concepções redentoras da pátria, segundo as quais, antes de Portugal, já havia portugueses, mesmo se com outro nome. Ultrapassada também a ideia de que a nação precedeu e criou o Estado, sublinham e confirmam uma outra, a de que foi o Estado, isto é, o poder político organizado ou em vias de organização, que criou a nação, o que durou séculos, a ponto de só recentemente se poder falar de um país inteiramente integrado, de uma sociedade articulada, de mercados entrosados, de cidadãos livres e de uma consciência nacional que deixava de ter como horizontes as planícies ou as montanhas que a vista alcançava!”